20 de dezembro de 2013

Qual janela?


Ás vezes é esta a sensação que tenho!


Alguns órgãos de comunicação social trazem informações a casa que não ligam com o que vemos da janela. Será que da janela deles têm outra vista, ou alguém lhes fechou a cortina?

Moçambique vive um período agitado, é certo, como aliás tem sido bombardeado nas notícias internacionais. Mas espreitar os vizinhos sem os ouvir, pode dar azo a más interpretações, e o que tem chegado além-fronteiras são notícias desproporcionadas da realidade, parece-me. Maputo não é uma “cidade fantasma”, como se chegou a dizer num dos jornais portugueses.

Por aqui vive-se uma aparente calma, e essa é alimentada pela comunicação social nacional: inicia-se a campanha agrícola, discute-se o novo código penal, as chuvas que agora começam, comentam-se resultados desportivos, enfim, o normal! Alguns dos media conseguem furar esta venda que os cega e oferecem notícias do que se vai passando. Vão chegando assim informações sobre ataques de guerrilha no centro do país, falta de transparência eleitoral e raptos de pessoas nalguns pontos do país.

Os governantes dizem que muitas das noticias são “boatos” e referem-se a “histórias inventadas por pessoas de má-fé”. Fico perdido! Mas não se pode viver em constante pânico, na ânsia que na meia hora seguinte algo de ruim se vai passar. Temos que estar atento e tentar filtrar toda a informação que nos chega. Nesta Era da comunicação, por vários canais, os cidadãos falam e vão contando histórias que se passam. Considero este o canal mais verosímil de informação. Um dos jornais locais tem, inclusive, um espaço que chama de “cidadão reporta”, onde são reunidos relatos pessoais, enviados de várias formas. O FB tem dado uma dinâmica enorme a estas notícias, com fotos e links a reportar algumas situações.

Também já é público que os financiadores internacionais, que têm apoiado Moçambique com milhões de dinheiros, começam a franzir o sobrolho e a exigir que se restabeleça a bonança, base do desenvolvimento.

Assim, fica lançada a confusão total! Cria-se uma situação de desconhecimento sobre a instabilidade. É real ou não? Se falta paz de espírito às pessoas, dificilmente se produz e se tem uma vivência normal!


Usando o meu direito de reacreditar no pai natal, peço-lhe que espalhe pozinhos de transparência por estas bandas, caso apanhe alguns pelo caminho...