3 de abril de 2017

10 anos de Tertúlia Africana

Não me considero emigrante. Escolhi viajar por onde o trabalho me leva. Casei com uma coreana, tive uma filha em Moçambique e baralhei a geografia, sentindo-me em casa onde me sinto bem. Comecei a escrever a Tertúlia Africana há dez anos porque senti, na primeira viagem a África, que haveria certamente histórias por contar. Podia dar por encerrado o blog ao fim de meia dúzia de textos, mas as experiências de percurso ainda não o permitiram.

Aquilo que podia parecer um “de repente passaram 10 anos” é um doce testemunho do meu percurso. A Tertúlia acumula 260 textos, 22 países, um casamento, uma filha e um arquivo de histórias para recordar. No 10º aniversário e sem fazer grandes planos, surgiu a ideia da publicação de um livro. Há já esforços sérios nesse sentido e novidades estão a caminho.

Aqui fica um resumo das histórias que, por várias razões, foram formando o esqueleto da Tertúlia Africana ao longo de 10 anos:

2007




Conjunto de VariáveisEm Luanda apercebi-me que as infraestruturas dadas como garantidas na Europa são, na verdade, um bem precioso. Mas a falta delas ensinou-me também que o desenrasca é, em muitas situações, um aliado estratégico.
















Extremos. Um dos factores que me marcou mais à chegada a Luanda foi a convivência, aparentemente normal, de extremos sociais no mesmo espaço. 













Missão de trabalho: Lundas Talvez a maior aventura dos últimos 10 anos. Sem rede de telemóvel, sem meio de transporte, com a roupa que tinha e apenas um GPS na mala, fiquei entregue a mim. A solução apareceu no meio de várias peripécias, na viagem que me baptizou em África. 


2008









À engenharia. Em completa adoração com a resistência da mecânica. 











Miss mina.Porque a beleza pode estar num diferente olhar sobre o óbvio. 



2009





Despedindo de Beja. Um ano de interregno entre Angola e Moçambique, passado em bom ambiente e com boa gente. O “vírus África” era, no entanto, evidente e o continente mãe continuava a chamar. 



















Viver no mato. No meio da imensidão de Moçambique lá se vão descobrindo recantos especiais e formas de vida invejáveis. Este é um exemplo. 


2010







Tele transporte nocturno. Sabia que a viagem em 2010 era para durar (ainda dura). Ainda me lembro do clique da porta de minha casa, quando a deixei sem data de regresso, transitando dum rigoroso inverno para um calor tropical a uma distância de 11 horas de voo. 


Maningue nice. Explorando terrenos linguísticos que, embora não sejam a minha ciência, deram um texto que nasce duma constatação evidente: as línguas são mutáveis! 






Postais da Tailândia. A viagem ao oriente de onde trouxe a cor de uma vida a dois. 









Viagem à Zé Tó. Influenciado por quem me incutiu o “vício” das viagens, nada como uma simbólica viagem para prestar a devida homenagem. 


2011




A machamba. O meu orgulho. O meu passatempo. O meu alimento. A minha escola. 







Odisseia do carimbo. Uma história que certamente poderei contar à lareira por muitos e bons anos. A aventura de baptismo em África da Yumi. Como a travessia de uma simples fronteira pode ser tão desafiante.






Vistas aéreas. África bela, enorme e pura, com pouco por dizer, mas muito por apreciar.

2012

Postais da Coreia. A prova de fogo em terras do Oriente. 


Cadastro de Terras. Porque o meu trabalho tem sido, nos últimos anos, uma grande paixão, que me faz sentir um felizardo...




70 mil. Verdade seja dita aqui e agora: muitas das ideias dos textos desta tertúlia surgiram ao longo da estrada e foram muitos os quilómetros. Era comum parar na berma da estrada para escrever uma ideia que surgia, bebendo influência dos vários horizontes.

2013


Magia artesanal. Lembro-me que fiz destas esculturas um momento solene, desde a escolha da madeira até à escolha dos artistas. Dei por mim a entrevistar vários artesãos e este, o Paulo, encantou-me.

Festival de casamento. Dificilmente acreditei que algum dia casasse, embora sempre tenha dito: “se alguma vez casar, serão 3 dias de festa!”. E assim foi


2014

Admiração estrelar. Um dos poucos textos de pesquisa, sempre com África como pano de fundo e que escrevi com enorme paixão. 


Bem-vinda Bia. Palavras para quê? A 20 de Setembro de 2014 a tertúlia reforçou o seu sentido de existência. 


Missão fio dental. A última viagem meticulosamente organizada pelo Quim André, que faleceu prematuramente em Novembro de 2015. A viagem vale pela viagem sim, mas principalmente fica a homenagem a uma pessoa que me ensinou a sua visão especial de Moçambique. Sem ele, a minha experiência em África não seria definitivamente a mesma. 


2015

Porta 4. Sintomas dum sistema lento e labiríntico. Há que ter humor para o ir enfrentando. 


Pemba. Levamos a Bia a conhecer a terra que nos faz sentir em casa. Foi em Pemba que tudo começou e é Pemba tem um lugar especial no nosso coração. 


Casamentos. A mesma acção em culturas diferentes. Coreia Moçambique.




2016

A farm in Africa. Uma viagem inspiradora. 


Areia. A beleza da monotonia. 


2017

Mata galo: Brincar com as diferentes culturas.


Bia em Marrocos. A primeira viagem onde a Bia já se apercebeu que estava a beber outra cultura. E como gostou!